TEXTOS
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Re: TEXTOS
"Cidade do Porto: Património Mundial
O Porto nasce e desenvolve-se, durante a Idade Média, a partir da margem norte do rio Douro, os bairros antigos da cidade, sobranceiros ao rio, na harmonia das suas linhas e da sua estrutura urbanística, constituem um conjunto de rara beleza e que, só por si, justifica a candidatura a Património Mundial. Arquitectos contemporâneos de reconhecida competência continuam hoje a tarefa de deixar na cidade as marcas de cada época. A malha urbana do Porto expandiu-se aceleradamente no século XIX, aglutinando diversos núcleos rurais de periferia. Em contrapartida, o Centro Histórico começou a envelhecer, originando grave deterioração na qualidade de vida da população local. Após várias tentativas mal sucedidas para resolver esta preocupante situação, as mutações políticas ocorridas em Abril de 1974 vieram dar novo alento ao processo de revitalização de algumas freguesias: Sé, S. Nicolau, Vitória e Miragaia. A Câmara Municipal do Porto, com a colaboração de alguns organismos vocacionados para este tipo de acções, estabeleceu um vasto programa de reabilitação e de animação do Centro Histórico, o qual passou a incluir diversas vertentes: a urbanística, a arquitectónica, a social e a cultural. Desencadeando-se, entretanto, um amplo movimento de reabilitação das habitações degradadas e de diversos monumentos, para qualificar o tecido urbano e fixar a população residente. Consciente da importância que estas iniciativas têm para a cidade e das vantagens que o reconhecimento internacional poderia trazer à consolidação do processo, a Câmara Municipal apresentou à Unesco uma candidatura formal para a classificação do Centro Histórico do Porto como Património Cultural da Humanidade. A candidatura foi iniciada em 1993, mas só em 1996 é que o Comité do Património Mundial, da Unesco, aprovou a classificação. Para a decisão da Unesco contribuiu muito a qualidade do trabalho de reabilitação do tecido urbano e social, com particular significado para as obras de assistência à população e de animação cultural e desportiva, que o Porto tem harmoniosamente conseguido inserir por toda a zona, agora classificada como Património da Humanidade. O património monumental e artístico do Porto é rico e multifacetado e está bem presente em exemplares imponentes da arquitectura barroca, como as Igrejas de S. Francisco, Santa Clara e S. João da Foz, onde o esplendor da talha dourada reveste o granito, ou nos painéis de azulejos da Igreja do Carmo e da Capela das Almas. O Barroco manifesta-se no Porto em inúmeros e expressivos edifícios de arquitectura civil e religiosa. A arquitectos como António Pereira e Nicolau Nasoni deve a cidade alguns dos mais ufpresentativos exemplares deste estilo, provocando uma completa transformação na paisagem urbana setecentista. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, a cidade assemelha-se a um "estaleiro" de artistas e artífices, que produziram um significativo conjunto de obras de alto valor estético. O virtuosismo de Nasoni, artista italiano, revela-se sobretudo na arte com que soube trabalhar o granito, em obras como a Igreja e Torre dos Clérigos, a fachada da Igreja da Misericórdia e o Palácio do Freixo. A Sé Catedral, de origem românica, foi um dos primeiros edifícios a sofrer adaptações barrocas, devendo-se salientar a Capela-mor, Galilé, Sacristia e Claustros. Uma das características mais salientes do novo estilo é o recurso à policronia e à exuberância das formas. A conjugação de revestimentos a ouro com a pintura e o azulejo deu origem a ambientes de inesquecível beleza. A talha dourada, uma das expressões mais vivas do barroco portuense, alcança o seu máximo esplendor nos retábulos das Igrejas de S. Franscisco e Santa Clara . Em relação ao azulejo, a sua intensa utilização como material de revestimento exterior, nos edifícios da cidade do Porto, é algo de que o visitante não poderá alhear-se. Este gosto, acentuado pelos emigrantes "brasileiros" no séc. XIX, marca o período áureo da aplicação do azulejo nas fachadas. Usavam-se então as técnicas de estampilha e/ou pintura manual, substituídas após a industrialização pela estampagem mecânica. Existem também os padrões de desenho em relevo, que caracterizam a produção do Norte. Já no início do séc. XX, destacam-se os conjuntos monumentais de Jorge Colaço, no átrio da Estação de S. Bento e nas frontarias das Igrejas de Santo Ildefonso e dos Congregados: de Sivestre Silvestri e Mário Branco, na fachada da Igreja do Carmo; e de Eduardo Leite, na Capela das Almas. Dos séculos XVII e XVIII podem admirar-se belíssimos exemplares de interior, sendo dignos de referência os do Claustro da Sé, da Casa do Cabido, das Igrejas da Misericórdia, de Santa Clara, das Carmelitas e de S. João Novo, assim como das Ordens Terceiras do Carmo e de S. Francisco."
Apesar de eu não estar a tratar sobre este tema , encontrei e decidi partilhar , pode vir a ser útil .
Verónica Dias
O Porto nasce e desenvolve-se, durante a Idade Média, a partir da margem norte do rio Douro, os bairros antigos da cidade, sobranceiros ao rio, na harmonia das suas linhas e da sua estrutura urbanística, constituem um conjunto de rara beleza e que, só por si, justifica a candidatura a Património Mundial. Arquitectos contemporâneos de reconhecida competência continuam hoje a tarefa de deixar na cidade as marcas de cada época. A malha urbana do Porto expandiu-se aceleradamente no século XIX, aglutinando diversos núcleos rurais de periferia. Em contrapartida, o Centro Histórico começou a envelhecer, originando grave deterioração na qualidade de vida da população local. Após várias tentativas mal sucedidas para resolver esta preocupante situação, as mutações políticas ocorridas em Abril de 1974 vieram dar novo alento ao processo de revitalização de algumas freguesias: Sé, S. Nicolau, Vitória e Miragaia. A Câmara Municipal do Porto, com a colaboração de alguns organismos vocacionados para este tipo de acções, estabeleceu um vasto programa de reabilitação e de animação do Centro Histórico, o qual passou a incluir diversas vertentes: a urbanística, a arquitectónica, a social e a cultural. Desencadeando-se, entretanto, um amplo movimento de reabilitação das habitações degradadas e de diversos monumentos, para qualificar o tecido urbano e fixar a população residente. Consciente da importância que estas iniciativas têm para a cidade e das vantagens que o reconhecimento internacional poderia trazer à consolidação do processo, a Câmara Municipal apresentou à Unesco uma candidatura formal para a classificação do Centro Histórico do Porto como Património Cultural da Humanidade. A candidatura foi iniciada em 1993, mas só em 1996 é que o Comité do Património Mundial, da Unesco, aprovou a classificação. Para a decisão da Unesco contribuiu muito a qualidade do trabalho de reabilitação do tecido urbano e social, com particular significado para as obras de assistência à população e de animação cultural e desportiva, que o Porto tem harmoniosamente conseguido inserir por toda a zona, agora classificada como Património da Humanidade. O património monumental e artístico do Porto é rico e multifacetado e está bem presente em exemplares imponentes da arquitectura barroca, como as Igrejas de S. Francisco, Santa Clara e S. João da Foz, onde o esplendor da talha dourada reveste o granito, ou nos painéis de azulejos da Igreja do Carmo e da Capela das Almas. O Barroco manifesta-se no Porto em inúmeros e expressivos edifícios de arquitectura civil e religiosa. A arquitectos como António Pereira e Nicolau Nasoni deve a cidade alguns dos mais ufpresentativos exemplares deste estilo, provocando uma completa transformação na paisagem urbana setecentista. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, a cidade assemelha-se a um "estaleiro" de artistas e artífices, que produziram um significativo conjunto de obras de alto valor estético. O virtuosismo de Nasoni, artista italiano, revela-se sobretudo na arte com que soube trabalhar o granito, em obras como a Igreja e Torre dos Clérigos, a fachada da Igreja da Misericórdia e o Palácio do Freixo. A Sé Catedral, de origem românica, foi um dos primeiros edifícios a sofrer adaptações barrocas, devendo-se salientar a Capela-mor, Galilé, Sacristia e Claustros. Uma das características mais salientes do novo estilo é o recurso à policronia e à exuberância das formas. A conjugação de revestimentos a ouro com a pintura e o azulejo deu origem a ambientes de inesquecível beleza. A talha dourada, uma das expressões mais vivas do barroco portuense, alcança o seu máximo esplendor nos retábulos das Igrejas de S. Franscisco e Santa Clara . Em relação ao azulejo, a sua intensa utilização como material de revestimento exterior, nos edifícios da cidade do Porto, é algo de que o visitante não poderá alhear-se. Este gosto, acentuado pelos emigrantes "brasileiros" no séc. XIX, marca o período áureo da aplicação do azulejo nas fachadas. Usavam-se então as técnicas de estampilha e/ou pintura manual, substituídas após a industrialização pela estampagem mecânica. Existem também os padrões de desenho em relevo, que caracterizam a produção do Norte. Já no início do séc. XX, destacam-se os conjuntos monumentais de Jorge Colaço, no átrio da Estação de S. Bento e nas frontarias das Igrejas de Santo Ildefonso e dos Congregados: de Sivestre Silvestri e Mário Branco, na fachada da Igreja do Carmo; e de Eduardo Leite, na Capela das Almas. Dos séculos XVII e XVIII podem admirar-se belíssimos exemplares de interior, sendo dignos de referência os do Claustro da Sé, da Casa do Cabido, das Igrejas da Misericórdia, de Santa Clara, das Carmelitas e de S. João Novo, assim como das Ordens Terceiras do Carmo e de S. Francisco."
Apesar de eu não estar a tratar sobre este tema , encontrei e decidi partilhar , pode vir a ser útil .
Verónica Dias
Veronica10ºM- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/05/2008
porto patrimonio da humanidade
<table cellSpacing=0 cellPadding=0 border=0><tr><td class=texto vAlign=top width=510>PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE O Centro Histórico do Porto constitui uma paisagem urbana de grande valor estético que testemunha um desenvolvimento urbano que remonta às épocas Romana, Medieval e dos Almadas (século XVIII). A sua ocupação humana, de acordo com o iniciado pelos vestígios arqueológicos existentes, remonta ao século VIII a.C. A riqueza e a diversidade da arquitectura civil do Centro Histórico traduzem não só os valores culturais de épocas sucessivas: Romana, Gótica, Renascentista, Barroca, Neoclássica e Moderna como também a sua perfeita adaptação à estrutura social e geográfica da cidade, apresentando, desta forma, uma relação estável e coerente com o ambiente urbano e natural. O tecido social e institucional da cidade garante a sua existência enquanto Centro Histórico habitado. Em 1996, perante a irrefutável riqueza histórica da cidade, sobretudo na sua parte antiga, a Unesco conferiu à cidade o estatuto de «Cidade Património Mundial». </TD></TR></TABLE> |
maria.sarmento- Mensagens : 6
Data de inscrição : 09/05/2008
Torre dos Clérigos e Nicolau Nasoni
A Igreja dos Clérigos situada na rua de S Filipe de Néri é a representação mais marcante do estilo barroco.
A sua construção teve inicio em 1732 e constitui a obra mais imponente de Nicolau Nasoni.
Esta nova concepção do classicismo renascentista revelado nas talhas dos enriquecidos interiores de templos resulta na combinação de volumes primorosamente modelados num ímpeto de fantasia e paixão.
A parte exterior da igreja é constituída por uma escadaria dupla ornamentada de vasos floridos esculpidos em pedra.
A fachada principal composta por um portal encimado por uma janela de grande dimensão separada das janelas laterais por pilastras lavradas em espiral. No nível superior desta fachada podemos admirar uma outra
janela de grande porte com repisa erguida e almofadada onde se encontra a mitra papal. Nas partes laterais deste nível superior deparamo-nos ainda com duas estatuas recolhidas em nichos em forma de concha, uma de S. Pedro e a outra de S. Filipe de Néri.
A culminar este notável projecto arquitectónico deparamos com um frontão triangular salientando-se-lhe no centro um monograma A M esculpido no tímpano da armação saliente e enfeitado com folhagem, grinalda e volutas em homenagem à Nossa Senhora da Assunção.
De visita ao interior do templo concluímos que este possui apenas uma nave, de forma elíptica.
O tecto é uma abobada dividida por arcos entrevalados por um escudo formado pelo monograma A M. As chaves de S. Pedro, a mitra e a folhagem descaindo sobre o entablamento estão sustentados por pilastras.
Na entrada da igreja é de realçar a sumptuosa imagem do Arcanjo S. Miguel segurando um escudo de madeira.
Na capela-mor encontramos um trono ostentando a imagem da Virgem e sob ele uma urna contendo os restos mortais do mártir Santo Inocêncio e de Nicolau Nasoni, falecido em 1773. Podemos ainda maravilhar-nos com o retábulo estio Luís XV todo de mármore de diversas cores.
Na cabeceira da igreja, voltada para o jardim da Cordoaria deparamos com a maior Torre de Portugal, com 75m de altura, notável pela sua elegância e harmonia de formas, também em estilo barroco, erguida entre 1748 e 1763. Referimo-nos evidentemente à Torre dos Clérigos.
Construída em granito lavrado e dividida por andares de linhas suaves, é servida por uma escadaria de 240 degraus finalizando num belíssimo campanário de onde se pode observar o Porto e arredores de uma forma verdadeiramente indescritível.
Este é sem duvida o marco mais reconhecido pelos portuenses sendo mesmo um dos seus orgulhos.
A sua construção teve inicio em 1732 e constitui a obra mais imponente de Nicolau Nasoni.
Esta nova concepção do classicismo renascentista revelado nas talhas dos enriquecidos interiores de templos resulta na combinação de volumes primorosamente modelados num ímpeto de fantasia e paixão.
A parte exterior da igreja é constituída por uma escadaria dupla ornamentada de vasos floridos esculpidos em pedra.
A fachada principal composta por um portal encimado por uma janela de grande dimensão separada das janelas laterais por pilastras lavradas em espiral. No nível superior desta fachada podemos admirar uma outra
janela de grande porte com repisa erguida e almofadada onde se encontra a mitra papal. Nas partes laterais deste nível superior deparamo-nos ainda com duas estatuas recolhidas em nichos em forma de concha, uma de S. Pedro e a outra de S. Filipe de Néri.
A culminar este notável projecto arquitectónico deparamos com um frontão triangular salientando-se-lhe no centro um monograma A M esculpido no tímpano da armação saliente e enfeitado com folhagem, grinalda e volutas em homenagem à Nossa Senhora da Assunção.
De visita ao interior do templo concluímos que este possui apenas uma nave, de forma elíptica.
O tecto é uma abobada dividida por arcos entrevalados por um escudo formado pelo monograma A M. As chaves de S. Pedro, a mitra e a folhagem descaindo sobre o entablamento estão sustentados por pilastras.
Na entrada da igreja é de realçar a sumptuosa imagem do Arcanjo S. Miguel segurando um escudo de madeira.
Na capela-mor encontramos um trono ostentando a imagem da Virgem e sob ele uma urna contendo os restos mortais do mártir Santo Inocêncio e de Nicolau Nasoni, falecido em 1773. Podemos ainda maravilhar-nos com o retábulo estio Luís XV todo de mármore de diversas cores.
Na cabeceira da igreja, voltada para o jardim da Cordoaria deparamos com a maior Torre de Portugal, com 75m de altura, notável pela sua elegância e harmonia de formas, também em estilo barroco, erguida entre 1748 e 1763. Referimo-nos evidentemente à Torre dos Clérigos.
Construída em granito lavrado e dividida por andares de linhas suaves, é servida por uma escadaria de 240 degraus finalizando num belíssimo campanário de onde se pode observar o Porto e arredores de uma forma verdadeiramente indescritível.
Este é sem duvida o marco mais reconhecido pelos portuenses sendo mesmo um dos seus orgulhos.
Rita10J- Mensagens : 10
Data de inscrição : 19/04/2008
Consumismo e Património
Com o desenvolvimento económico-financeiro favorecido pelo eclodir da Revolução Industrial cresce, na
Europa do século XIX, a noção histórica de “bem cultural”. Desenvolvem-se as Ciências Exactas e as Ciências Humanas, cultivam-se, no decurso de estudos arqueológicos, as Civilizações Clássicas, ao mesmo tempo que se projectam as cidades modernas com base em estudos urbanísticos, como por exemplo, os planos de Paris de Haussmann e os de Cerdá para Barcelona.
É desta nova sensibilidade cultural e da nova forma de viver e compreender as cidades que surgem os defensores
acérrimos da preservação do património histórico preocupados com a ameaça dos tempos de “modernidade” por aqueles que pretendem substituir o “velho” pelo “novo”.
Mas será que isto é realmente posto em prática?
Europa do século XIX, a noção histórica de “bem cultural”. Desenvolvem-se as Ciências Exactas e as Ciências Humanas, cultivam-se, no decurso de estudos arqueológicos, as Civilizações Clássicas, ao mesmo tempo que se projectam as cidades modernas com base em estudos urbanísticos, como por exemplo, os planos de Paris de Haussmann e os de Cerdá para Barcelona.
É desta nova sensibilidade cultural e da nova forma de viver e compreender as cidades que surgem os defensores
acérrimos da preservação do património histórico preocupados com a ameaça dos tempos de “modernidade” por aqueles que pretendem substituir o “velho” pelo “novo”.
Mas será que isto é realmente posto em prática?
Rita10J- Mensagens : 10
Data de inscrição : 19/04/2008
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